Boa Tarde! Caros Professores, alunos e comunidade em geral
Leiam e divulguem. E claro comente.
Abraços! por Carlos Silva
Se escola fosse estádio e educação fosse Copa
por
Jorge Portugal
Passei, nesses últimos dias, meu olhar pelo
noticiário nacional e não dá outra: copa do mundo, construção de estádios,
ampliação de aeroportos, modernização dos meios de transportes, um frenesi em
torno do tema que domina mentes e corações de dez entre dez brasileiros.
Há semanas, o todo-poderoso do futebol mundial
ousou desconfiar de nossa capacidade de entregar o “circo da copa” em tempo
hábil para a realização do evento, e deve ter recebido pancada de todos os
lados pois, imediatamente, retratou-se e até elogiou publicamente o ritmo das
obras.
Fiquei pensando: já imaginaram se um terço desse
vigor cívico-esportivo fosse canalizado para melhorar nosso ensino público? É…
pois se todo mundo acha que reside aí nossa falha fundamental, nosso pecado
social de fundo, que compromete todo o futuro e a própria sustentabilidade de
nossa condição de BRIC, por que não um esforço nacional pela educação pública
de qualidade igual ao que despendemos para preparar a Copa do Mundo?
E olhe que nem precisaria ser tanto! Lembrei-me,
incontinenti, que o educador Cristovam Buarque, ex-ministro da Educação e hoje
senador da República, encaminhou ao Senado dois projetos com o condão de fazer
as coisas nessa área ganharem velocidade de lebre: um deles prevê simplesmente
a federalização do ensino público, ou seja, nosso ensino básico passaria a ser
responsabilidade da União, com professores, coordenadores e corpo
administrativo tendo seus planos de carreira e recebendo salários compatíveis
com os de funcionários do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal. Que
tal? Não é valorizar essa classe estratégica ao nosso crescimento o desejo de
todos que amamos o Brasil? O projeto está lá… parado, quieto, na gaveta de algum
relator.
O outro projeto, do mesmo Cristovam, é uma
verdadeira “bomba do bem”. Leiam com atenção: ele, o projeto, prevê que “daqui
a sete anos, todos os detentores de cargo público, do vereador ao presidente da
República serão obrigados a matricular seus filhos na rede pública de ensino”.
E então? Já imaginaram o esforço que deputados (estaduais e federais),
senadores e governadores não fariam para melhorar nossas escolas, sabendo que
seus filhos, netos, iriam estudar nelas daqui a sete anos? Pois bem, esse
projeto está adormecido na gaveta do senador Antônio Carlos Valladares, de
Sergipe, seu relator. E não anda. E ninguém sabe dele.
Desafio ao leitor: você é capaz de, daí do seu
conforto, concordando com os projetos, pegar o seu computador e passar um
e-mail para o senador Valadares (antoniocarlosvaladares@senador.gov.br) pedindo que ele desengavete
essa “bomba do bem”? É um ato cívico simples. Pela educação. Porque pela Copa
já estamos fazendo muito mais.
Jorge Portugal é educador, poeta e apresentador de TV. Idealizou
e apresenta o programa “Tô Sabendo”, da TV Brasil.
Fonte: Terra Magazine